Depois da estreia privada em Oeiras e da apresentação na 17ª edição no Festival Internacional de Cinema de Santarém, o documentário “Silvestres” ruma este ano à Rússia, ao Baikal International Film Festival, e Brasil, ao Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra Catarinense, naquele que é o início da sua expressão e impacto além-fronteiras. O CE3C é um dos parceiros desta co-produção de Carolina Castro Almeida e Miguel Cortes Costa da Lengalenga Filmes com a Realficção, promovida pelo Município de Oeiras e financiada ao abrigo das EEA Grants.
“Silvestres” entrelaça de forma única o património natural, histórico e cultural de Oeiras, recuando ao tempo do Marquês de Pombal (e 1º Conde de Oeiras) para enquadrar o desenvolvimento da Quinta que outrora lhe serviu de propriedade de recreio e experiência. A magnificência da sua obra e aura contrasta com o pano de fundo aparentemente simples, urbano-campestre, e particularmente com organismos onde assenta a narrativa e o título do próprio documentário: os polinizadores silvestres.
Com foco no projeto “Mais Polinizadores, Mais Biodiversidade no Município de Oeiras”, o documentário centra-se na recuperação de um prado de flores silvestres na Quinta de Cima e no trabalho diário de uma equipa de biólogos municipais e colaboradores no levantamento e conservação da vida selvagem urbana que utiliza e habita a área.
Em 2019, o Município de Oeiras chegou a acordo com o Estado para a cedência da Quinta do Marquês, da parte referente à anterior Estação Agronómica Nacional – designada por “Quinta de Cima ou Quinta Grande”, por oposição à Quinta de Baixo, onde se situa o palácio – para avançar com o restauro do edificado histórico e das áreas naturais, permitindo um maior usufruto pela população.
Entre o desabrochar das flores e da vida, e o terno olhar sobre a dedicação de um biólogo à criação das próximas gerações de abelhas silvestres, surge a história de uma astuta coruja-das-torres, cuja captura requereu a colaboração das investigadoras CE3C Teresa Catry e Maria Dias. Esta última, oeirense e habituada a explorar a Quinta do Marquês desde tenra idade.
Muitas das raízes da minha paixão pela Natureza vieram das saídas que fazia para a Quinta, que tiveram uma grande influência no meu gosto pela biologia.
Na apresentação do documentário, Carolina e Miguel (Lengalenga Filmes) referem que a peça é um “retrato vívido de uma cidade moldada pelo legado da visão agrícola do Marquês de Pombal e pelo poder da ação coletiva, incitando os espectadores a refletir sobre as possibilidades de harmonizar o desenvolvimento urbano com o mundo natural nas suas próprias comunidades”.
A estreia na Faculdade de Ciências está pré-agendada para o último trimestre de 2024, em data a comunicar. Entretanto, veja o trailer em baixo.
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