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A recolha de dados no campo é, hoje em dia, largamente facilitada pelo avanço da tecnologia, como os dispositivos capazes de registar e armazenar automaticamente diferentes tipologias de informação ambiental, ou GPSs de tamanho reduzido que podem seguir os movimentos dos animais, entre muitos outros equipamentos.

Para capacitar alunos de doutoramento (e outros profissionais interessados neste domínio) na utilização destas ferramentas, as investigadoras cE3c Inês Rosário e Maria Dias organizaram o curso “Uso da tecnologia em biologia de campo” na Herdade da Ribeira Abaixo (HRA), estação de campo do cE3c na Serra de Grândola e um dos sítios incluídos na plataforma portuguesa LTsER Montado.

A cerca de dezena de participantes recebeu formação sobre a utilização de vasto leque de dispositivos comum e crescentemente empregues em estudos de ecologia animal, como GPS loggers e geolocalizadores para o rastreio de movimentos da fauna, data loggers para recolha de dados de variáveis ambientais – como a temperatura ou a profundidade de linhas de água e charcos –, audiomoths para a monitorização acústica passiva, drones, câmaras de fotoarmadilhagem (camera trapping), e ainda de aplicações para o registo e identificação de espécies, como o iNaturalist e o Merlin, que acolhem valências para a investigação e de interface com a sociedade via ciência cidadã. Estas várias vertentes foram asseguradas por vários formadores: além das organizadoras, o curso contou ainda com a participação dos investigadores cE3c Ana Leal, Luís Miguel Rosalino, Rui Rebelo, José Pedro Granadeiro (FCUL) e por David Santos (FCT NOVA).

No final do curso, os participantes aplicaram os conhecimentos adquiridos através da realização de um trabalho de campo prático utilizando vários destes dispositivos, que culminaram na criação de um projeto na plataforma iNaturalist. Inês Rosário destaca o número e diversidade observações reunidas por um grupo reduzido num curto espaço de tempo. "Os alunos fizeram 444 observações de 162 espécies, incluindo espécies difíceis de observar como a lontra, a fuinha ou a geneta, que foram registadas em armadilhas fotográficas, e o papa-figos, o cuco ou o rouxinol, registados com os audiomoths”, refere a investigadora.

A realização do curso da HRA vem destacar, uma vez mais, o caracter e impacto desta infraestrutura no ensino e investigação liderada por cientistas e docentes cE3c da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. No ano em que se assinalam os 30 anos da HRA, e muito embora seja dada como certa a ordem de grandeza dos milhares, são virtualmente incontáveis os alunos e investigadores que tiveram a oportunidade de aprender e construir novas descobertas neste espaço único e sem paralelo em contexto nacional.

Os cursos avançados do cE3c representam uma excelente oportunidade de enriquecimento profissional. Focados nos diversos temas e domínios de atuação do Centro, permitem a aquisição e cimentação de conhecimentos com base em modelos de ensino que cruzam a teoria e a prática.

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19 Feb 2024

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