Maria do Carmo Barreto, professora na Universidade dos Açores (UAC) e investigadora no Grupo de Biodiversidade dos Açores (GBA) do CE3C – Centro de Ecologia, Evolução, e Alterações Ambientais, participa no projeto MACBIOPEST com o objetivo de encontrar plantas cujos extratos possam ser usados por agricultores como alternativa aos pesticidas.
O MACBIOPEST é um projeto financiado pela União Europeia através do programa Interreg MAC que tem como finalidade encontrar alternativas aos pesticidas de síntese que sejam baseadas no saber tradicional, e que permitam desenvolver biopesticidas com base em plantas originárias da região da Macaronésia, nomeadamente, dos Açores, da Madeira, e das Canárias.
“A ideia é que cada região escolha plantas que existam nessa mesma região e que tenham sido utilizadas tradicionalmente como biopesticidas, ou que possam ser usadas como extratos pelos agricultores para combater pragas agrícolas”, revela.
A equipa de Maria do Carmo Barreto escolheu duas plantas, a conteira que é uma planta invasora que vem dos Himalaias, e o louro dos Açores, uma planta endémica à região.
Para testar a eficácia destas plantas como biopesticidas elas foram expostas em laboratório à mosca da fruta do mediterrâneo, uma das pragas existentes na região.
Até ao momento, a conteira foi a planta que melhores resultados apresentou no combate a esta praga, inibindo a mosca da fruto do mediterrâneo de pôr ovos. Extratos produzidos através da conteira também se revelaram muito eficazes na promoção da mortalidade desta praga.
O louro dos Açores também mostrou ter alguma eficácia como biopesticida mas a um nível inferior do da conteira.
Projeto MACBIOPEST estuda alternativas biológicas ao uso de pesticidas
90 segundos de ciência com Maria do Carmo Barreto.
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