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Summary:

O Laboratório de Ictiologia e Ordenamento Pesqueiro do Vale do Rio Madeira – LIOP/UFAM, foi criado em 19 de Dezembro de 2012, portaria 048/2012 a partir de demandas do Ministério do Meio Ambiente – MMA, pautados no Programa de Aceleração do Crescimento – PAC. O referido laboratório trabalha na perspectiva do ordenamento territorial como ferramenta de gestão dos recursos naturais, utilizando unidades de bacias em micro e meso-escala para a conservação dos ecossistemas aquáticos e desenvolvimento de atividades socioambientais. O LIOP trabalha com três prerrogativas básicas da conservação e manutenção dos estoques pesqueiros e garantias da atividade da pesca, conservação dos ecossistemas aquáticos e florestais e a valorização do capital social. O LIOP apresenta uma equipe multidisciplinar, de biólogos, engenheiros ambientais, florestais, biomédicos, agrônomos, além das áreas sociais e humanas. O laboratório conta hoje com 20 bolsistas vinculados a 22 projetos sendo estes distribuídos em pesquisa básica, aplicada e de extensão. O laboratório, desenvolve atividades em conjunto com o Programa de Pesquisa em Biodiversidade - PPBio, onde acompanha a dinâmica dos efeitos de borda sobre a biodiversidade nos módulos RAPELD ao longo da BR-319, além de estudos de monitoramento do desembarque pesqueiro no sul do Amazonas, monitoramento da vulnerabilidade de microbacias urbanas no sul do Amazonas, recuperação de microbacias e mata ciliares através de Sistemas Agroflorestais SAF's, estudos de efeitos de fitorremediação utilizando macrófitas nativas. O laboratório também funciona como espaço educador como modelo para replicação na gestão integrada de instituições de pesquisa em outros locais da Amazônia, utilizando práticas que busquem estimular, orientar e apoiar a implementação de espaços multi e interdisciplinares, disseminadores de informação e aprendizagem. As coleções biológicas existentes nas instituições de ensino e pesquisa do Brasil formam um patrimônio de informação e conhecimento de mais de 180 anos de pesquisa sobre a fauna, flora e microbiota brasileiras. Esses acervos biológicos têm crescente importância científica, econômica e educacional, além de grande potencial para apoiar a elaboração de políticas públicas voltadas ao uso sustentável dos recursos naturais. Hoje o Brasil conta com cerca de 30 instituições em 16 estados e o Distrito Federal mantém coleções zoológicas. A grande maioria, cerca de 90%, são de instituições públicas da esfera federal, estadual ou municipal, enquanto apenas 10% são de instituições privadas. As coleções mais numerosas e mais representativas em termos geográficos, taxonômicos e ecológicos estão nas instituições que contam com uma política institucional específica para a formação, conservação e crescimento de acervos biológicos, além de um longo histórico de atuação nessa área, como é o caso do Museu Nacional do Rio de Janeiro, do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, do Museu Paraense Emílio Goeldi – instituições cujo início das coleções remontam ao século XIX –, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul e o Museu de Ciências e Tecnologia da PUC-RS. Além disso, várias universidades e algumas instituições de pesquisa mantém coleções mais ou menos numerosas, mas muitas vezes restritas a um ou poucos grupos, em geral reflexo de interesses específicos de especialistas atuantes ou de linhas de pesquisa institucionais. De forma geral, a grande maioria das coleções zoológicas brasileiras detém apenas informações taxonômicas e biogeográficas. Muitas coleções têm representatividade restrita a áreas de fácil acesso, enquanto outras são compostas por séries de poucas espécies comuns ou facilmente acessíveis aos métodos de coleta comumente empregados. O crescimento das coleções biológicas brasileiras têm sido casual ou condicionado por prioridades específicas. Raramente existe um planejamento para ampliação dos acervos, o que levaria em consideração as lacunas na representatividade taxonômica e biogeográfica em cada coleção. Desta forma, as coleções crescem através de demandas ocasionais, o que denota a necessidade de ampliar a informação incorporada às coleções mesmo nas categorias que conferem importância científica mínima ao material. Além disso, poucas coleções incorporam outras categorias de informação, como a informação ecológica sobre habitat (riqueza de espécies), produto de inventários biológicos estruturados que obtêm registros rigorosos de esforço amostral através do uso de protocolos padronizados. Dado que, para a grande maioria dos grupos, é impossível identificar todo, ou mesmo a maior parte, do material coletado em determinado inventário, as vantagens da incorporação dessas informações nas coleções biológicas são óbvias, uma vez que permite que análises prévias sejam revistas à luz de avanços taxonômicos. Apenas recentemente o investimento na otimização da informação molecular nas coleções ordinárias em álcool tem sido objeto de preocupação em coleções brasileiras. A incorporação desse tipo de informação pode ser obtida com a adoção de protocolos simples de fixação de material e com o controle ambiental rigoroso das salas de estoque. Acervos brasileiros desenvolveram-se muito nos últimos anos, entretanto, a otimização da incorporação de dados nessas coleções ainda depende da adoção de uma série de ações positivas, que vão desde a necessidade de conscientizar curadores sobre a importância de incorporar informações adicionais aos acervos até o investimento maciço na formação de recursos humanos e em infraestrutura. O Brasil pertence ao grupo de países megadiversos e destaca-se por deter a maior diversidade biológica do planeta, abrigando cerca de 20% de toda a biodiversidade mundial. Por outro lado, os acervos biológicos brasileiros constituídos por cerca de 26 milhões de animais, 5 milhões de plantas e 80.500 microrganismos correspondem a apenas cerca de 1% do total mundial, ou seja, há uma relação inversa entre a riqueza da biodiversidade brasileira e a representatividade dos acervos das coleções biológicas. Acervos biológicos têm crescente importância científica, econômica e educacional, além de grande potencial para apoiar a elaboração de políticas públicas voltadas ao uso sustentável dos recursos naturais. Contudo, nos últimos 20 anos o estado brasileiro não tem oferecido apoio efetivo e de forma continuada para manter, ampliar e modernizar esse patrimônio. Neste cenário, as coleções biológicas não têm conseguido acompanhar o processo de informatização que ocorre em todo o mundo e, consequentemente, não conseguindo atender às demandas destes centros. O advento das novas tecnologias de informática permitem a digitalização de espécimes biológicos depositados em acervos científicos. Assim, museus estrangeiros, como o do Jardim Botânico de Nova York, têm se prontificado em repatriar informação sobre espécimes brasileiros que foram depositados em suas coleções no período em que a prática de estudo da biodiversidade tropical era preponderantemente realizada por meio de expedições científicas custeadas por instituições de pesquisa estrangeiras. Vale notar que a disposição dessas instituições de repatriar conhecimento e informação sobre a biodiversidade brasileira, e que segue os princípios da Convenção sobre Diversidade Biológica — CDB, é de grande valia, visto o tamanho e representatividade regional desses acervos, que em muitos casos superam a dimensão do acervo nacional. Entretanto, essa prática não é mais consistente com a atual capacidade científica instalada no país. Assim, se o quadro de investimentos em criação e modernização da infraestrutura de coleções biológicas e na formação de redes de inventário da biodiversidade não sofrer uma radical transformação, o país estará a dar uma sinalização internacional da sua incapacidade de inventariar, estudar e manter um acervo do seu patrimônio. Instaurando uma situação de dependência científica e tecnológica das instituições de pesquisa nacionais perante as instituições internacionais o que inibirá o aprimoramento da cooperação técnico-científica internacional. Dificultando a melhoria das condições para que os cientistas brasileiros estudem o patrimônio biológico nacional.


Funding Institution:

Universidade Federal do Amazonas.


Partners:

Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp); Universidade Federal de Rondonia (UNIR) & Universidade dos Açores (UAç).

Ptoject Team: Larissa Sbeghen Pelegrini (http://lattes.cnpq.br/8699874048326583); Moisés Santos de Souza (http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4730629T8); Paula Regina Humbelino de Melo (http://lattes.cnpq.br/1040286951772523) & Carolina Rodrigues da Costa Doria (https://lattes.cnpq.br/6716883529427154).

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